Sobre...
História
No século XVIII, um astrônomo português, em viagem de exploração pelo rio Tietê, se deparou com uma grande cordilheira, cujos reflexos da luz do sol lhe fizeram enxergar uma grande cidade, que ainda não existia. Àquela região os índios guaianá, então seus habitantes, davam o nome de Aracoara (de ará, dia, e coara, toca ou morada).
E foi sob a denominação de Campos de Aracoara, ou Sertão de Aracoara, que entrou para a história a área que abrange desde a margem direita do rio Piracicaba até os confins do norte e oeste do Estado de São Paulo, incluindo os municípios de Araraquara, São Carlos e região.
Embora muito distante dos grandes centros urbanos da época, a região foi, por dois momentos, parte de uma rota estratégica, que acabou incentivando sua ocupação. Isso aconteceu pela primeira vez no início do século XVIII, quando foi descoberto ouro em Mato Grosso.
Bem mais tarde, no século XIX, por ocasião da Guerra do Paraguai (1864-1870), era um dos caminhos que levavam as tropas brasileiras ao Mato Grosso e, de lá, para as frentes de luta no Paraguai. Mas a conquista propriamente dita se deu com a tomada de posse das terras pelos brancos, entre eles Pedro José Neto, que, segundo os registros, parece ter sido o primeiro a se estabelecer na região, em 1790.
Esse processo de ocupação acontecia paralelamente ao sistema de distribuição legal de terras, as sesmarias, que teve início em 1811. Nessa época, a população local era constituída por 82 pessoas, que se dedicavam à criação de gado e à lavoura de subsistência.
Escravos, camaradas, agregados e os próprios proprietários das terras e suas famílias compunham a mão-de-obra. Assim, aqueles criadores de gado e plantadores de roça se tornaram o primeiro grupo dominante da região, que, de zona pastoril, se transformaria aos poucos em campos agrícolas, cujas principais culturas seriam de início a cana-de-açúcar, em seguida o café e, mais recentemente, a laranja e de novo a cana.